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KRIS, Adaga
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Neste exemplar, a lâmina é de manufactura atribuída ao século XVII, enquanto o punho, bastante posterior, foi-lhe aplicado no século XX. A lâmina em aço de duplo gume, é flamejante de 5 luk, ondas com um damasquino muito invulgar compondo-se este, de um núcleo central com muitas camadas de ferro/níquel, ladeado por sua vez de aço de diferente composição que forma as partes cortantes, naturalmente uma matéria-prima mais rija para não poder ser facilmente golpeada. Caso de extrema raridade verifica-se na parte superior da lâmina onde se encontra propositadamente embutido um “olho” de um núcleo de matéria-prima diferente. A explicação possível encontra-se na eterna reutilização das lâminas de antepassados, chegando ao ponto de serem partilhados fragmentos de uma lâmina de um glorioso antepassado entre diferentes herdeiros, criando depois cada um deles o seu novo Kris a partir desse fragmento. Naturalmente que cada um dos herdeiros mandou fazer a empunhadura e a bainha conforme o estilo da arma inicial (o que torna difícil a sua datação) encarregando para o efeito um empu, mestre de renome. Este género de Kris é denominado nas Índias Orientais de “Kris Clássico”, um dos tipos mais procurados, porque sempre saído das mãos dos melhores mestres. Este exemplar é de particular interesse para nós porque mostra a mais exacta das representações da Nau Portuguesa, reconhecível pelo feitio da boca da bainha (warangka típico da Ilha de Sumatra, estilo Palembang) em que até o leme mostra, o que não acontece nas representações vulgares de navios nos Kris malaios. O punho é fabricado sob a forma de Goruda, a ave protectora de Shiva. O pendok da bainha está totalmente revestido a prata dourada com um extraordinário trabalho de cinzel realizado em ambas os lados. Pelas razões apontadas trata-se de um Kris Luso-Malaio.